03-11-2013 Fomos ali à nevosa..
A sugestão para esta semana consistiu em irmos ao pico da nevosa, o ponto mais alto do parque nacional peneda gerês, não pelos caminhos mais tradicionais do lado português, mas desde san paio de araúxo. A grande maioria do percurso decorreria em terras espanholas, da serra do xurez, com excepção de alguns metros junto à fronteira, para subir ao tão desejado pico. Uma caminhada durinha, de cerca de 20 km, com mais de 1000 metros de subidas acumuladas e mais de 8 horas a andar. Como nesta altura do ano o período de incidência dos raios solares é cada vez menor, seria necessário madrugar para concretizar com êxito a actividade.
A proposta partiu de mim, após observar alguma informação do trilho na net e o achar interessante. Constatei que o nosso amigo Maka já tinha feito o percurso em questão e logo sugeri-o para nosso guia. Devido à sua indisponibilidade para o dia definido, acabei por ficar encarregue de guiar o pessoal. Como não conhecia a totalidade do percurso, apenas tinha andado por aqueles lados uma vez e ido à nevosa mas pelo lado contrário, para reduzir o risco que algo corresse mal tive que fazer o reconhecimento do percurso nas semanas anteriores.
Reconhecimento feito e definidos os pormenores logísticos inscreveram-se 12 pessoas: 4 de braga; 5 do porto; 3 da cabreira (reforços de última hora e que belos reforços).
O ponto de encontro seria em lobios às 7:30 portuguesa, com planos para começar andar às 8:00, já a incluir 15 minutos de margem para atrasos.
O dia marcado foi o sábado, mas devido às fortes intempéries passou para domingo.
O dia tão esperado chegou e toca a madrugar para chegar a horas e não atrasar o programa das festas! Como alguns não madrugaram quanto deviam, estivemos largos minutos à espera para agrupar o pessoal. Após a junção deste belo grupo, cumprimentos e alguma conversa partimos em direcção ao ponto de início da nossa jornada, san paio de araúxo.
Começámos a andar já passava das 8:30, mais de meia hora de atraso, relativamente ao previsto. Como a parte inicial era mais fácil de navegar, para recuperar o atraso e cumprir o percurso planeado, arrancamos a um ritmo forte: ao fim de hora e meia tínhamos 5 quilómetros feitos e subido cerca de 400 metros. Depois, como o atraso já tinha sido recuperado, a progressão no terreno começava a ser mais complicada, algumas pessoas já mostravam sinais de algum desgaste e a orientação começava a ser mais difícil, abrandou-se o ritmo.
Iniciámos o trilho junto à igreja de san paio, dirigimo-nos em direcção à aldeia de bouzas. Lá, juntou-se mais um companheiro de viagem: o décimo terceiro elemento do grupo, um belo animal, baptizado de Paco, que passou a ser o nosso guia.
Guiados pelo Paco seguimos viagem em direcção ao rego da fonte fria, atravessámos o rego na ponte e depois a corga de s. martiño. Pelo lado esquerdo da corga começamos a subir em direcção ao prado seco. Cruzamos de novo o ribeiro quase no cimo e continuámos a subir pela outra cumeada até começar a descer para a corga do prado seco. Aí testámos a nossa destreza para atravessar mais um ribeiro. Este apesar de seco de nome com mais água.
Após novo ajuntamento começámos a subir em direcção ao curral de bispo e depois descer à corga da fenteira. Mais água e vegetação transposta e dirigimo-nos para as lamelas. Aí foi um fartote de vegetação até chegar ao marco de fronteira 137.
Chegados à fronteira, uma grande subida até ao alto da nevosa e o pico é já ali! Já não custa nada! Um pouco mais à frente, ei-lo! Toca a subir lá cima e registar o momento para mais tarde recordar. Após longa sessão fotográfica descemos para almoçar, pois a barriga já dava horas.
Na descida, um dos caloiros do dia (Paulo) obteve dupla vitória, uma pedra fez-lhe um corte numa mão e prontamente foi assistido pelo outro caloiro (Toni): ganhou uma luva nova e mais tarde soube que, levou 6 pontos. Nada de grave!
Panças aconchegadas e energias recompostas, mais uma sessão fotográfica antes da partida, desta vez na base do pico. A foto de família, com as máquinas alojadas no marco 117. Findos os disparos, retomámos o caminho.
O início do regresso foi pelo mesmo sítio, mais metro menos metro, com os marcos e o paco como guias.
Depois foi descer, tentando evitar as zonas mais perigosas e indo pelas mais fáceis, mais à direita, mais à esquerda, mais a cima, mais a baixo, com as lamelas e a corga da fenteira à nossa direita e com o coto do arcediago como ponto de mira.
Passámos à esquerda do coto de arcediago e à direita do ribeiro de mesmo nome e logo de seguida apanhámos uma cumeada e assim seguimos por essa auto-estrada, sempre com a corga da pala à nossa direita, até virmos um estradão em frente e à direita o rego da fonte fria, aí começámos a descer em direcção aos castanheiros.
Junto aos castanheiros está o parque de merendas de san paio, com uma curiosa fonte dentro de uma árvore. Lá, aproveitámos para lanchar os restos do almoço e retemperar energias para os metros finais.
Após o retomar da marcha surge o último e maior momento húmido do dia. Atravessar o rio da corga da pala. A água jorrava por cima ponte. As técnicas usadas para transpor o rio foram as mais variadas: houve quem descalçasse as botas; houve quem passasse sem descalçar; houve quem usasse dois sacos plásticos a servir de galochas; houve até quem andasse a passarinhar alegre e contente dentro de água.
Umas centenas de metros à frente chegámos ao ponto de início, o centro de san paio. Após a chegada, alguns aproveitaram para ir ao café da aldeia hidratar, outros fizeram alongamentos e outros mudaram de roupa e calçado. Juntos de novo, fizemos as despedidas até à próxima aventura e demos por terminada esta andaina.
O plano das festas também continha ida às águas quentes, mas como alguns estavam com pressa e outros não leram o referido plano, águas calientes só no reconhecimento. A água estava mesmo quentinha e que bem soube!! 
E assim fomos ali à nevosa…
Saudações montanheiras,
Xertelo.

Membros presentes: Picos; Europa; Messe; Abelharuca; Fraga; Xertelo; Celta; Charca; Andarilho; Calcorreando.
Caloiros: Paco; Toni e Paulo (não foram baptizados, mas os nomes já estão alinhavados)