25
Jan 12

Mais uma historinha de um dia na Montanha.

Quando escrevo as minhas histórias da Montanha, elas reflectem aquilo que eu sinto e aquilo que eu sou no meu mais puro ser.Antes de este dia no Paraíso, houve um Anjo que me disse assim,

"Tem atenção montanheiro...

Que o teu caminhar seja leve como uma pluma…

Que tua palavras sejam doces como mel…

Que o teu ser seja só harmonia…

Onde minha alma se perde… É que estarás a pisar o que para mim é chão sagrado!!!"

(White Anjel)

White Anjel, é um anjo que paira sobre este Gerês. É uma Mulher que eu já admirava antes de conhecer e que quero conhecer melhor. Conhece como poucos este recanto, os seus picos, vales, prados, abrigos, corgas, ribeiros, rios e as suas gentes. Tem uma voz doce e um olhar que encanta. Conhece este Gerês que eu amo desde pequeno e que, só agora tenho o prazer de descobrir.

Fico encantado sempre que ouço histórias dos seus montes e vales, costumes e tradições. Adoro as suas lendas, como a da Ponte da Misarela e outras tantas que existem. Adoro as cores, as formas, os cheiros e tudo o que envolve este cantinho maravilhoso do nosso Portugal. Sempre que eu ando por este recanto, absorvo todos os elementos e,

"Eu transformo-me...

Sou o ar que sopra no rosto,

Sou a água que corre no ribeiro,

Sou a terra que sustenta,

Sou o fogo que acalenta a alma

Eu transformo-me... em paz, amor e harmonia!!!"

(David)

Não imaginam a alegria que é para mim, ver chegar uma sexta-feira e já estar de olho nos dias seguintes. Nas aventuras que eu vou viver, no convívio que eu vou ter com gentes que também amam este cantinho. Pouco durmo. Não há sono que me assista, não há cansaço que me canse. Eu quero ir...

O dia começou de madrugada, 04:45 am. Toca a sair do "abrigo no vale dos lençóis". Passagem por Albergaria, para dar boleia a mais uma admiradora deste recanto, e ai vamos nós. Chegamos a Braga dentro do horário previsto. Já la estavam alguns dos meus amigos e amigas, que apreciam tal com eu, os encantos deste recanto. Entre a conversa e o café foram chegando os restantes. Combinamos as boleias e siga. A caminho de Xertelo, fui apreciando as encostas escarpadas da montanha, a reviver algumas das minhas, ainda poucas histórias, e a ouvir histórias passadas. Quero ir... Quero perder-me e encontrar-me. Bolas, a montanha anda-me a enfeitiçar.

Chegamos a Xertelo. O Pitões sabia bem para onde nos levar. O Galga Montanhas tinha a lição bem estudada. Começamos a subir o monte e a primeira paragem foi no Moinho do Cubo, onde o Galga Montanhas nos esteve a explicar toda a envolvente do moinho.

Após, seguimos em direcção ao Alto do Facho, Castanheira do Sinal com vista para a Corga do Galgalhão. Aqui, sabiamos que queriamos seguir em direcção ao estradão, mas o trilho não era visível. Sem darmos de conta, o Pitões já estava do outro lado, perto do estradão. Analisamos a melhor situação e fomos lá ter. A partir deste local seguimos pelo estradão, com vista para a Ribeira das Cavadas, até ao início do vale onde corre a Ribeira da Abelheira. Paramos para almoçar bem perto do canal das águas. Este canal, conduz a água de várias ribeiras para um sistema integrado de produção de energia. Galga, peço desculpa, não memorizei quais eram as ribeiras, mau aluno que eu sou... Estivemos a almoçar e a conversar, e eu já só me imaginava a subir aquele vale até lá ao alto. Tinha a certeza que lá em cima estaria uma paisagem fantástica. Não me enganei.

Após o almoço, iniciamos a marcha pelo trilho. Com mais ou menos dificuldade, todos chegamos lá no alto, e tinhamos como surpresa uma vale lindissimo. Nele avistamos o Outeiro de Cervas, os Cornos de Candela, Pitões, o pico da Nevosa, as minas dos Carris, a capela de S. João no alto de um bico, e outras tantas elevações.

Somos tão pequenos perante a Montanha. A nossa vida é tudo e ao mesmo tempo nada. É tudo, pois devemos vivência-la com tudo o que ela tem para nos dar, e não é nada perante um "ser" tão grande como a Montanha.

Ali, naquele alto, a minha alegria era imensa. A alegria de todos os que iam chegando, também. É o culminar do esforço. Tudo o que a nossa vista alcança, e a alegria de todos termos chegado ao cimo, é o prémio pelo esforço dispendido. Descançamos um pouco. Ainda faltava subir mais um patamar, até ao marco geodésico. Lá fomos todos, passo a passo, até chegar ao cume. A alegria da chegada era notória. Era esta parte do objectivo do dia. Fotos, muitas fotos. Aquele marco nunca deve ter tido tanta gente como neste dia. Era hora de cumprir a outra parte do objectivo, chegar bem.

Fomos em direcção à Lage dos Bois, ao descer avistamos uma manada de garranos, que se encontrava pávida e serena a pastar.

Passamos pelo Alto das Portas do Castanheiro, Espigão de Lama de Pau, Lage dos Infernos e Cubo de Baixo, até chegarmos de volta à Xertelo.

Após à chegada, a boa disposição era notória no rosto de cada um. A caminhada tinha valido a pena. Mas o dia ainda não tinha terminado. Agora era o riso total. Riamos pois, muitos de nós iamos tal e qual como estavamos, assistir ao espectáculo dos Fura del Baus em Guimarães. E então? Qual era o problema?

Rumamos em direcção à Cidade Berço e ali fomos às francesinhas. Já lá se encontrava a Sequóia a tentar reservar mesa. Ninguém imagina o show que foi, as outras pessoas a olharem para nós como se fossemos seres alienígenas, e nós pouco importados com a coisa, estavamos felizes e contentes. Mesmo com a boa disposição, a parte da espera foi um suplício. Ter de ver vários tipos de francesinhas a passar por nós e não saber qual escolher, foi terrível. Nisto, chegaram mais uns amigos, que por uma razão ou outra, não poderam estar presentes na caminhada. Juntamo-nos e fomos jantar. Conversa, muita conversa e sobretudo, boa disposição, foi o menu principal do jantar.

Após termos saciado o estômago, fomos em direcção à praça do Toural para assistirmos ao espectáculo dos Fura del Baus. Chegar lá, não foi tarefa fácil, mas conseguimos! O espectáculo foi bom, mas faltava qualquer coisa para culminar o nosso dia. Eis então que somos brindados com um magnífico fogo de artifício sincronizado com a música de uma orquestra, brutal! Adorei!   

Venham mais aventuras como esta...

Beijos e Abraços

O Libelinha

publicado por Vamos Ali às 09:08

Bolas que deu trabalho!!! Image (a ler)
Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!
JJ a 25 de Janeiro de 2012 às 13:51

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